sábado, 4 de outubro de 2014

Sol brilha à meia-noite e dia nunca termina no verão da Lapônia

Edifícil esquecer o brilho do sol à meia-noite. É tão bonito, tão diferente, tão grandioso, que o Globo Repórter saiu em busca do melhor lugar para assistir ao espetáculo. A equipe de reportagem foi em direção à região mais ao norte da Suécia, a Lapônia, um patrimônio da humanidade porque suas montanhas e florestas são totalmente preservadas e por ser ocupada pelo povo "sami" desde a pré-história.
Ao cruzar a Lapônia, o Globo Repórter parou em um ponto da estrada para uma experiência única: cruzar o Círculo Polar Ártico.
Uma linha imaginária que marca a fronteira, a partir de onde, nessa época do ano, verão na Suécia, é possível ver o sol brilhando à meia-noite.

Na Lapônia, o sol se mostra o tempo todo, durante o dia e à noite.
Luossavaara, em Kiruna, é a cidade mais ao norte de toda a Suécia. O local é é o melhor do país para assistir a um espetáculo que só acontece no verão: o sol brilhando com intensidade, com beleza, à meia-noite. É um presente da natureza.
A cada seis meses o Polo Norte fica mais exposto ao sol por causa da inclinação da Terra. Isso faz com que durante o verão, a noite praticamente deixe de existir. Até a lua parece intimidada. Por lá, ela é vista sem brilho, meio apagada.

Importância geográfica transforma região em patrimônio da humanidade
A Suécia se orgulha de um outro grande fenômeno da natureza. A High Coast, a região onde a terra mais se elevou em todo o planeta: 286 metros.
A Terra sofreu a pressão do peso do gelo com muito mais intensidade do que em qualquer outra parte do planeta. Quando o gelo derreteu, a Terra começou a subir e continua subindo até hoje. São mais ou menos oito milímetros por ano. É um lugar lindo que, por sua importância geográfica, se tornou patrimônio da humanidade.
Casal de brasileiros fala sobre como é viver na Suécia
Os suecos são práticos e aproveitam tudo: o mesmo carrinho que no inverno deixa os esquiadores no alto da montanha, nesta época do ano, no verão, serve para levar as pessoas para a parte de cima, até uma das mais belas vistas da região. O local, hoje em dia, é um dos cartões-postais da Suécia. Há mais ou menos 20 mil anos, tudo era coberto de gelo. Com o passar do tempo, a natureza foi desenhando algumas formações. Do alto, é possível ver centenas de ilhas que formam a parte mais alta da costa sueca.
A High Coast é um exemplo de como a Terra se transforma sempre.
A gaúcha Thaís e o paulista Eduardo, são casados e foram estudar lá. Chegaram há mais ou menos um ano e meio.
Globo Repórter: Quando você chegou na Suécia, qual foi a primeira impressão que você teve, o primeiro impacto? As primeiras diferenças que você sentiu neste país?
Eduardo Rosa, pesquisador de ciências cognitivas: As pessoas são muito voltadas para a natureza, elas gostam de aventura, de fazer tracking, gostam de sempre explorar lugares novos. De acampar...
Thaís Langer, bióloga molecular: A maneira como eles celebram todas as estações do ano, todos os momentos, seja o inverno, que é muito difícil para a gente, principalmente, que é do Brasil. E eles celebram toda esta falta de luz e este excesso de luz. E essa baixa temperatura, e a neve, e o sol e as flores de uma forma sempre intensa.
Globo Repórter: No verão, como é que você dorme?
Thaís Langer: Nossa.
Eduardo Rosa: Só dorme no inverno.
Thaís Langer: Só dorme no inverno.
Globo Repórter: Não escurece.
Thaís Langer: O inverno é sempre escuro. Aí tu dorme, tu hiberna durante o inverno e acorda no verão! É bem difícil dormir no verão. Eu tenho que usar tapa olho, tem que fazer um ‘black out’ na janela, mesmo assim, tu acorda às 2h pra tomar uma água e tu acha que está atrasado para o trabalho então tu chegas ao trabalho às 3h achando que são 8h, porque o sol tá brilhando.
Globo Repórter: Esse país te ensinou alguma coisa?
Thaís Langer: Muita coisa.
Globo Repórter: O que, por exemplo? O mais importante?
Thaís Langer: Eu acho uma das coisas mais importantes é esse respeito que se tem aos lugares públicos, esses espaços que as pessoas dividem, ao espaço do outro, porque não sei se tu reparou que não existem muros ou cercas ou nada disso. Mas é sempre respeitado esse espaço entre as pessoas.
Globo Repórter: E o que vocês sentem falta do Brasil?
Thaís Langer: A praia.
Globo Repórter: Praia?
Eduardo Rosa e Thaís Langer: O mar.
Globo Repórter: Vocês estão sendo felizes aqui?
Thaís Langer: Estamos. Mais no verão.
FONTE : G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

parcerias