sexta-feira, 19 de abril de 2013

Parte do Lago Titicaca está sem peixes devido à poluição por chumbo e selênio


Pesquisadores da Universidade Nacional do Altiplano do Peru alertam que a zona da comunidade Chimu, origem da água potável da cidade de Puno, está fortemente contaminada
O Lago Titicaca, localizado entre o Peru e a Bolívia, está seriamente ameaçado (Aizar Raldes/AFP/Getty Images)
Há mais de um mês não se veem peixes nas águas do Titicaca, na comunidade Chimu, na baía interior de Puno, após uma enorme mortandade. Esta semana, a Universidade Nacional do Altiplano do Peru (UNAP) confirmou que a causa são as águas residuais com níveis tóxicos de selênio, chumbo e telúrio.
“As análises realizadas com microscópio eletrônico de varredura mostram que o lodo contém os elementos tóxicos selênio, telúrio e chumbo em concentrações acima do limite máximo permitido, o que é uma séria ameaça ao ambiente e à saúde pública”, anunciou a universidade em 15 de abril.
No estudo, que envolveu um grupo de cinco professores da UNAP e o apoio de dois outros investigadores, eles confirmaram a versão dos colonos de que não há peixes nas águas.
“Eles colocaram redes de pesca por 15 horas na zona de estudo e não capturaram qualquer espécie de peixe”, disse o comunicado, acrescentando que, de acordo com relatos de moradores, “não há pesca nesta área desde o evento de mortandade de 10 de março”.
Lago Titicaca, visto da margem boliviana (Anthony Lacoste/Wikimedia)
Os professores concluíram que a lagoa de estabilização de águas de Espinar, localizada nas proximidades, é a responsável pela contaminação. Nesta lagoa chega 80% dos despejos da cidade de Puno e estes recebem “um tratamento precário”.
O Dr. Lucio Ávila da UNAP pediu às autoridades um tratamento urgente das águas residuais, pois destas águas provem parte da água potável de Puno, e advertiu sobre os sérios riscos à saúde da população.
A pesquisa envolveu os professores: Dr. Edmundo Moreno Terrazas, Dr. Sabino Atención Limachi, Dr. Edwin Boza Condorena, M.D. Gilmar Goyzueta Camacho, M.D. René Alfaro Tapia; e o apoio do Dr. George Argota Pérez e do M.D. Martin Yucra Choque.

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